domingo, 15 de fevereiro de 2009

Falando de amor (Out. 2007)

Sentado no parapeito de uma janela .... da janela onde vejo o mundo lá fora ... ouço atentamente cada palavra .... cada frase ... que se combina para falar de amor ...

... incrédulo .... percebo porquê que todos são tão infelizes com esse aparente amor ... esse amor de que falam, não é mais que um "apego apaixonado" e o desejo egoísta de possuir os outros... um tal amor não é mais do que uma prisão ... que qualquer pessoa se quererá libertar ..


Com este "amor" subsiste a incapacidade de trazer paz e felicidade a alguém .. tentar que os outros se submetam às nossas ideias, permanecendo nós herméticos aos nossos desejos ... perdoem-me a minha insensatez, mas isso não é amor ... mas a manifestação do nosso desejo de possuir o outros e de satisfazer apenas as nossas necessidades, as quais jamais serão saciadas dessa forma ....


O amor é liberdade ... é a bondade que sentimos ... independentemente dos nossos desejos ... é a capacidade incondicional de trazer felicidade a alguém ... de a libertar de qualquer sofrimento .. como se fosse nosso ... um amor definido desta forma trás traquilidade ... serenidade ... trás a paz que precisamos para que possamos ser felizes ... mesmo quando o sol se deita e a noite cai sofre nós ...


Esse amor mora na profundeza de nós ... pena que nem todos lhe possam tocar ... nem que fosse por um momento ... esse amor nasce de um coração tranquilo .. de um coração que transmite paz sem sequer se aperceber ...


... conheci um menino que num momento de lucidez escreveu "... talvez seja difícil descrever o que é sentir o coração um pouco mais tranquilo ... sentir que por momentos, ilusoriamente, as nuvens deixaram de ser nuvens ... é como uma miragem invertida onde se deixa de ver o que de facto nunca deixou de lá estar ... mas é bom ... é nessa altura que sei que na profundidade de mim existe um ser que ama incondicionalmente ... que ama sem necessidade de retorno , sem apego, sem desejo de possuir, sem medo de perder ... ama, simplesmente ama ... ama puramente, um amor que jamais se chamará ódio ... que ama quase sem saber que ama, sem orgulho ... um amor sem destino, um amor que ama o nada mas que abrange tudo ... incondicional, libertino, ilimitado ...

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